Tratado de Guadalupe Hidalgo

1. Tratado de Guadalupe Hidalgo

O Tratado de Guadalupe Hidalgo, assinado em 2 de fevereiro de 1848, em Guadalupe Hidalgo (um bairro da Cidade do México), marcou o fim da Guerra Mexicano-Americana (1846-1848). Este tratado é um marco fundamental na história da América do Norte, redefinindo as fronteiras entre o México e os Estados Unidos da América e tendo consequências duradouras para ambos os países. Embora frequentemente visto sob uma perspectiva geopolítica, o tratado também envolveu complexas questões de cidadania, propriedade e direitos que continuam a ser debatidas até hoje. Este artigo visa fornecer uma análise detalhada do Tratado de Guadalupe Hidalgo, explorando seu contexto histórico, disposições principais, impacto e relevância para a compreensão das relações entre os EUA e o México.

Contexto Histórico

A Guerra Mexicano-Americana teve suas raízes em uma série de tensões pré-existentes. A anexação do Texas pelos Estados Unidos em 1845 foi um ponto de discórdia crucial. O México nunca reconheceu a independência do Texas, considerando-o uma província rebelde. Além disso, existiam disputas sobre a fronteira entre os dois países, com os EUA reivindicando a fronteira no Rio Grande e o México insistindo na fronteira no Rio Nueces, mais ao norte.

O presidente americano James K. Polk, impulsionado pela ideologia do Destino Manifesto, buscava expandir o território dos EUA em direção ao Pacífico. Polk via a aquisição da Califórnia e do Novo México como objetivos estratégicos. A escalada das tensões culminou no envio de tropas americanas para a região disputada, o que levou a confrontos armados e, eventualmente, à declaração de guerra pelos Estados Unidos em maio de 1846.

A guerra foi marcada por vitórias militares americanas, incluindo a captura da Cidade do México em setembro de 1847. A derrota mexicana deixou o país em uma posição fraca para negociar um tratado de paz. A situação interna do México era instável, com mudanças frequentes de governo durante o conflito, o que dificultou a formulação de uma estratégia negocial coerente.

As Negociações e os Comissários

As negociações para o Tratado de Guadalupe Hidalgo começaram em setembro de 1847, com a nomeação de comissários por ambos os lados. O lado americano foi liderado por Nicholas Trist, um diplomata experiente que havia sido enviado pelo presidente Polk. O lado mexicano foi representado por um grupo de figuras proeminentes, incluindo Miguel Atenayem, Manuel de la Peña y Peña e José Mariano Salas.

As negociações foram difíceis e prolongadas, com divergências significativas sobre as condições de paz. Os Estados Unidos inicialmente exigiram a anexação de vastos territórios mexicanos, incluindo a Califórnia, o Novo México, Nevada, Utah, Arizona e partes do Colorado, Wyoming, Kansas e Oklahoma. O México, por sua vez, resistiu a ceder tanto território e buscou preservar sua integridade territorial.

Trist, apesar das instruções iniciais de Polk para buscar uma anexação ainda maior, gradualmente moderou suas demandas, reconhecendo a necessidade de chegar a um acordo para encerrar a guerra. Ele também se preocupou com o impacto de uma ocupação prolongada do México sobre a opinião pública americana e a estabilidade regional.

As Disposições do Tratado

O Tratado de Guadalupe Hidalgo consistiu em várias disposições importantes:

**Cessão Territorial:** A principal disposição do tratado foi a cessão de aproximadamente 2,4 milhões de quilômetros quadrados de território mexicano aos Estados Unidos. Essa área, conhecida como a Cessão Mexicana, incluía a Califórnia, o Novo México, Nevada, Utah, Arizona e partes do Colorado, Wyoming, Kansas e Oklahoma. Em troca, os Estados Unidos pagaram ao México US$ 15 milhões (equivalente a cerca de US$ 480 milhões em 2023) e assumiram a responsabilidade por US$ 3,25 milhões em dívidas de cidadãos americanos que reivindicavam indenizações contra o governo mexicano.

**Direitos de Cidadania:** O tratado garantia que os mexicanos que residissem nos territórios cedidos teriam o direito de escolher entre manter a cidadania mexicana ou se tornar cidadãos americanos. Aqueles que não fizessem uma escolha dentro de um ano seriam considerados cidadãos americanos. No entanto, a implementação dessa disposição foi problemática, com muitos mexicanos enfrentando discriminação e dificuldades para exercer seus direitos.

**Direitos de Propriedade:** O tratado também prometeu proteger os direitos de propriedade dos mexicanos que residissem nos territórios cedidos. No entanto, a aplicação dessa disposição também foi inconsistente, com muitos mexicanos perdendo suas terras devido a disputas legais e práticas discriminatórias.

**Fronteira:** O tratado estabeleceu a fronteira entre os Estados Unidos e o México ao longo do Rio Grande, confirmando a reivindicação americana sobre o Texas.

**Garantias:** O tratado incluía garantias de que os Estados Unidos protegeriam os direitos dos mexicanos que permanecessem no território cedido, incluindo sua religião, língua e cultura.

Disposições Chave do Tratado de Guadalupe Hidalgo
Aspecto	Detalhes
Cessão Territorial	Aproximadamente 2,4 milhões de km² cedidos aos EUA.
Pagamento	US$ 15 milhões ao México + US$ 3,25 milhões em dívidas americanas.
Cidadania	Opção para mexicanos escolherem entre cidadania mexicana ou americana.
Propriedade	Proteção prometida aos direitos de propriedade mexicanos.
Fronteira	Estabelecida ao longo do Rio Grande.

Impacto e Consequências

O Tratado de Guadalupe Hidalgo teve um impacto profundo e duradouro tanto para o México quanto para os Estados Unidos.

**Para o México:** A perda de território representou um golpe significativo para o orgulho nacional mexicano e sua economia. O México perdeu uma vasta área de terra rica em recursos naturais, incluindo minas de prata e terras agrícolas. Além disso, a guerra e o tratado exacerbaram a instabilidade política e econômica do país. A questão da perda territorial continua a ser um tema sensível na história e na identidade mexicanas.

**Para os Estados Unidos:** A aquisição da Cessão Mexicana expandiu significativamente o território dos EUA, abrindo caminho para o desenvolvimento do oeste americano. A Califórnia, em particular, tornou-se um estado próspero e influente. No entanto, a anexação de novos territórios também reacendeu o debate sobre a escravidão, contribuindo para as tensões que eventualmente levaram à Guerra Civil Americana.

**Para os Mexicanos-Americanos:** A população mexicana que permaneceu nos territórios cedidos enfrentou discriminação e marginalização. Seus direitos de cidadania e propriedade foram frequentemente violados, e eles foram excluídos da participação política e econômica. A história dos mexicanos-americanos durante esse período é marcada por lutas por justiça e igualdade.

Relevância Contemporânea

O Tratado de Guadalupe Hidalgo continua a ser relevante nos dias de hoje, principalmente no contexto das relações entre os EUA e o México. As questões de imigração, fronteira e direitos dos mexicanos-americanos ainda são temas de debate e controvérsia.

O tratado também serve como um lembrete das complexas e muitas vezes dolorosas consequências da expansão territorial e do colonialismo. A história da Cessão Mexicana e do tratamento dos mexicanos-americanos no século XIX oferece lições importantes sobre a importância da justiça, da igualdade e do respeito pelos direitos de todas as pessoas.

Estratégias e Análises Relacionadas

Para uma compreensão mais profunda do contexto e das consequências do Tratado de Guadalupe Hidalgo, é útil considerar as seguintes estratégias e análises:

**Análise Fundamentalista:** Avaliar o contexto econômico e político do México e dos EUA na época para entender as motivações por trás das negociações.
**Análise Técnica:** Estudar os mapas e as fronteiras para visualizar a extensão da cessão territorial.
**Análise de Volume:** Analisar os registros históricos de população e migração para entender o impacto do tratado sobre as comunidades mexicanas.
**Estratégia de Cobertura:** Considerar como o tratado afetou a segurança e a estabilidade regional.
**Estratégia de Diversificação:** Analisar como a aquisição de novos territórios diversificou a economia dos EUA.
**Estratégia de Tendência:** Avaliar a trajetória das relações entre os EUA e o México após o tratado.
**Análise de Retração de Fibonacci:** Identificar os níveis de suporte e resistência nas negociações do tratado.
**Médias Móveis:** Analisar as tendências de longo prazo nas relações entre os EUA e o México.
**Índice de Força Relativa (IFR):** Medir a força do sentimento nacionalista em ambos os países.
**Convergência/Divergência da Média Móvel (MACD):** Identificar mudanças no momentum das negociações.
**Bandas de Bollinger:** Avaliar a volatilidade das negociações.
**Padrões de Candlestick:** Analisar os padrões de negociação para identificar oportunidades.
**Análise Wave Elliott:** Identificar os ciclos de alta e baixa nas relações entre os EUA e o México.
**Análise de Volume Ponderado por Preço (VWAP):** Calcular o preço médio ponderado por volume das negociações.
**Análise de Pontos Pivô:** Identificar os níveis de suporte e resistência chave nas negociações.

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